Dieta de Skuas Antárticas (Catharacta sp.): Análise de egagrópilas e outras evidências de predação

Apresentado originalmente no: I Workshop da Associação de Pesquisadores Polares em Início de Carreira (APECS Brasil): Perspectivas e Oportunidades. Rio de Janeirio, 14 e 15 de outubro de 2010.

 Ana Olívia de Almeida Reis 1; Erli Schneider Costa 2 & Maria Alice dos Santos Alves 3

¹ Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Formação de Professores. CEP 24435-005, São Gonçalo, RJ, Brasil. 2 Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. CEP 21941-540, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. ³ Laboratório de Ecologia de Aves, Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Rua São Francisco Xavier, 524, Maracanã, CEP 20550-011, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. ao.reis@yahoo.com.br , erli_costa@yahoo.com.br, masaal@globo.com

  

Skuas são aves marinhas predadoras e oportunistas que ocupam o topo da cadeia alimentar na região Antártica. Assim como muitas aves marinhas, skuas não conseguem digerir algumas partes de suas presas e regurgitam esse material em forma de egagrópilas, que podem fornecer valiosas informações sobre a sua dieta. Neste estudo, utilizamos egagrópilas de skuas (Catharacta sp.) e restos de predação (por exemplo, partes dos animais predados) deixados no território reprodutivo dessas aves. Estes restos, que são freqüentes no período reprodutivo, geralmente fornecem dados que podem ser identificados com segurança, uma vez que permitem a classificação da espécie predada. O material utilizado para determinar os principais itens da dieta das skuas foram coletados por Costa em 2008/2009, na Península Keller e em Ponta Hennequin (Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Península Antártica). As amostras (n=50)  foram analisadas no Laboratório de Ecologia de Aves da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e categorizadas em diferentes itens alimentares, de acordo com o menor táxon possível. O principal item registrado foram penas de pinguins adultos que corresponderam a 66% das amostras. Também foram registradas evidências de peixe em 44% das amostras, aves não identificadas (34%), alma-de-mestre - Oceanites oceanicus (18%), trinta-réis-antártico - Sterna vittata (14 %), conchas de Nacella concinna (8%), pomba-do-cabo - Daption capense (2%), e fragmentos de ovos (2%). Os resultados preliminares indicam que grande parte da dieta das skuas é composta por outras aves marinhas e o impacto da predação das skuas sobre as outras espécies na área de estudo requer monitoramento e análise constantes. (Apoio: CNPq, PROANTAR e MCT (CNPq/PROANTAR 550040/2007-2 e CNPq/MCT 557049/2009-1). AOAR recebeu bolsa de IC/CNPq (105900/2010-9); ESC recebeu bolsa de doutorado/CNPq (141474/2008-4), MASA auxílio/CNPq (3027185/03-6) e FAPERJ (E-26/102.868/2008) enquanto prepararam este resumo).